E de repente já estamos na “Terceira Idade…”
Mas afinal o que se entende
por “Terceira Idade”? A partir de que momento na nossa vida passamos a
pertencer a este grupo etário? Será esta fase marcada por um acumular de
incapacidades? Será este um período apenas para descansarmos?
Fala-se atualmente do
envelhecimento como um estado que qualificamos como “terceira idade” ou “quarta
idade”. Envelhecer é um processo, desta forma não nos é possível escolher a sua
data de início, pois, na verdade, este começa a partir do momento em que
nascemos. É um processo que afeta todos os seres vivos, e o seu termo natural é
a morte. O envelhecimento, para além dos aspetos relacionados com as alterações
biológicas e psicológicas, é um processo determinado pela cultura e contexto
social, em que estamos integrados/as.
Associados à velhice
surgem muitas vezes estereótipos e preconceitos, que afetarão, tanto a forma de
lidar com as pessoas idosas, como a forma de estas se percecionarem.
Neste sentido, a questão
que devíamos colocar não é a partir de quando começamos a ficar “velhos/as”,
mas como gostaríamos de “envelhecer”. A nossa relação com o processo de
envelhecimento é individual e está intimamente ligada à nossa história, às
nossas crenças e à nossa cultura. Estudos apontam que grande parte do processo
de envelhecimento depende apenas de nós e dos nossos comportamentos e, numa
pequena percentagem, de questões genéticas.
Um envelhecimento bem-sucedido
depende não só da capacidade de nos mantermos ativos/as psicologicamente e
fisicamente, de termos cuidados de saúde, nomeadamente uma alimentação
equilibrada e acompanhamento médico, mas também da nossa capacidade de traçarmos
objetivos para nós mesmos/as, de termos ideias pelas quais nos movemos e que
nos motivam.
Envelhecer é, na verdade,
viver, viver um tempo que é só nosso, que nos permite construir a nossa
personalidade, a nossa biografia. Envelhecer é viver sem ter receio das marcas
do tempo, das rugas nem dos cabelos brancos, é percebermos que de nada adianta
tentarmos controlar o tempo, porque ele passa, a cada segundo que respiramos….
Andreia Vieira
Psicóloga, Diretora
Técnica ERPI2
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