Foi notícia esta semana…
De acordo com os dados
da PORDAtA (Base de Dados de Portugal Contemporâneo), relativos a 2019, 1,6
milhões de pessoas a residir em Portugal vivem abaixo do limiar da pobreza. Foi
também reforçado que estes números já são bastante superiores, consequência da
Pandemia que enfrentámos.
São números
assustadores, que traduzem uma realidade com a qual boa parte da população não contacta
e, para a qual estes números são apenas isso mesmo, números.
Para quem trabalha
diariamente no âmbito da ação social, estes números são crianças, famílias
monoparentais e pessoas idosas, muitas vezes sem qualquer solução ou capacidade
para modificar as suas carências, são o desespero de quem chega a meio do mês e
não tem o que comer.
Para a grande maioria
destas pessoas pagar as suas obrigações, como a renda, água, gás e
eletricidade, são a primeira prioridade, são os seus compromissos para com o
“outro” e resultam na quase imediata e total delapidação dos seus rendimentos
mensais, tratando como secundário a sua alimentação, as despesas médicas e
quaisquer outras necessidades, que, face a tanta fragilidade, se tornam luxos,
como o luxo de comprar material escolar para os filhos/as filhas ou roupa para
ir trabalhar.
É com todas estas
situações que as várias instituições que atuam neste país se deparam todos os
dias e são frequentemente confrontadas com as suas próprias limitações. Os
alimentos doados são invariavelmente escassos quando confrontados com tanta
necessidade, os custos da habitação estão completamente desfasados da
realidade, os custos dos combustíveis são cada vez mais um entrave e as
pequenas cidades tem redes de transportes públicos profundamente deficitárias,
entre tantas outras situações, que atuam como bloqueadores da capacidade de
fugir à pobreza, que cada vez menos é uma pobreza de espirito e cada vez mais é
uma pobreza imposta e contra a qual pouco há a fazer. Mas mesmo dentro do pouco
existe sempre algo que o cidadão/a cidadã comum pode e deve fazer.
O cidadão e a cidadã
comuns podem e devem informar-se sobre os vários agentes sociais que atuam no
seu conselho, podem e devem contribuir para as várias recolhas solidárias que
decorrem na sua comunidade, podem e devem sensibilizar-se para as várias
situações socialmente frágeis ou vulneráveis. Todos e todas nós podemos e
devemos ser agentes de mudança, “seja a mudança que gostava de ver no mundo” Mahatma Ghandhi, não feche os olhos.
#eusouamudança
#serCASCIfazeradiferença #CASCI #açãosocial
João Pedro Alves
Psicólogo, Diretor do
Departamento de Ação Social
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