Os “ganhos” da formação profissional

 


A Formação Profissional no CASCI começou na década de 80 e, desde então, várias mudanças ocorreram, de modo a respeitar as diretrizes dos sucessivos quadros/programas comunitários que a financiam.

Nos últimos anos ministraram-se ações de Formação Inicial, passando à duração de 2990 e 1446 horas. Desde 2019, realizaram-se ações de Formação Continua, que se distinguem da Formação Inicial pelo facto de serem de curta duração e dirigidas a pessoas que já tiveram experiências no mercado de trabalho e que se encontram em situação de desemprego, de modo a promover a sua reintegração.

Para ingressar nas nossas formações, o/a candidato/a terá que ser maior de 18 anos, estar inscrito/a no Centro de Emprego e ter deficiência e incapacidade atestada pelo Centro de Recursos ou possuir Atestado de Incapacidade Multiusos com incapacidade igual ou superior a 60%.

Com o decorrer do percurso formativo, pretende-se que os/as formandos/as adquiram competências, em vários domínios: Pessoal (saber ser) - autonomia; Social (saber estar) - relações interpessoais, comunicação e assertividade; Socioprofissional - assiduidade, pontualidade e empenho na realização da tarefa e Profissional (saber fazer).

Com o ingresso na formação, os/as formandos/as têm direito a diversos apoios (bolsa de formação, subsídio de refeição, despesas de transporte, entre outros) que lhes proporcionam uma melhoria da qualidade de vida e bem-estar, extensível ao seu agregado familiar.

Para além destes “ganhos”, a frequência da Formação Profissional propicia, através de percurso individualizado, a maximização das potencialidades de cada formando/a e a minimização e/ou superação das dificuldades manifestadas ao longo do percurso.

A nossa formação não confere dupla certificação, isto é, profissional e escolar, não possibilitando por isso o aumento de escolaridade, pelo que não exige habilitações literárias mínimas de ingresso, o que permite a entrada a pessoas com baixas ou nenhumas habilitações, adquirindo conhecimentos que lhes permitirão integrar o mercado de trabalho.

Os/as formandos/as têm a oportunidade de retomar o contacto com as competências de leitura, de escrita e de calculo, através das sessões na componente da Formação Base, onde se trabalham conteúdos de Linguagem e Comunicação (LC) e Matemática para a Vida (MV). A par destas temáticas são abordados conteúdos da atualidade em Cidadania e Empregabilidade (CE) e, tendo em conta o avanço tecnológico do nosso tempo, são apreendidas/aperfeiçoadas competências na área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).

Na componente tecnológica, específica de cada área de formação, são dinamizadas atividades para que os/às formandos/as adquirem ou aperfeiçoarem competências no domínio do “saber fazer; de um modo muito prático, sentem-se num contexto de trabalho, preparando-se para o período da sua FPCT (Formação Prática em Contexto de trabalho), mais conhecido por estágio.

A FPCT é muito importante para os/as formandos/as, pois nela poderão integrar um “contexto de trabalho”, no qual são estabelecidas atividades adequadas ao seu perfil, sempre acompanhados/as pela equipa da Formação Profissional.

A interação social também é uma vantagem inerente ao contexto formativo, pois os/as formandos/as podem conviver com os/as colegas, partilhando os seus interesses e experiências de vida. A realização das atividades/tarefas e a interação social que o contexto proporciona criam sentimentos de autoeficácia, aumentando a autoconfiança e autoestima dos/as formandos/as.  

Apesar do contexto formativo não se destinar à ocupação do tempo, para muitos/as formandos/as o ingresso na formação permite aliar a rentabilização do seu quotidiano/rotinas à aprendizagem de tarefas, considerando-se pessoas mais ativas.

Em suma, além dos “ganhos” imateriais, existem outros, não tão visíveis no imediato e que são conseguidos progressivamente. Estes são de extrema importância para o percurso de vida dos/as formandos/as, pois melhoram as suas competências em vários domínios, bem como as perceções de si mesmos/as, como pessoas mais capazes e autoconfiantes.

 

 

Isabel Santos

Psicóloga

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