Já pensou reduzir no açúcar?
Habitualmente conhecemos o açúcar por esta designação. A verdade é que existem
outros elementos muitas vezes adicionados aos géneros alimentícios que também
poderão assumir este papel. Maltodextrina, xarope de milho, frutose, sacarose
são apenas alguns exemplos de outras designações que podemos atribuir ao açúcar
e que muitas das vezes passam despercebidos na leitura da rotulagem alimentar. A
OMS recomenda uma ingestão máxima diária de cerca de 10% do total de calorias
ingeridas por dia com origem em açúcar. Esta recomendação assenta na robustez
de evidência científica que tem vindo a associar padrões de alimentação mais
ricos em açúcar com excesso peso/obesidade e doenças crónicas.
Por todos estes motivos a preocupação deverá estar centrada na redução da ingestão de açúcar. A opção de lanches mais práticos e muitas vezes mais cómodos por parte das famílias, como, por exemplo, refrigerantes, néctares, bolos, queques e outros produtos de pastelaria, poderão acarretar um excessivo consumo de açúcar pelas crianças. Optar por fruta da época, bolachas menos processadas, pão integral, queijos e iogurtes mais naturais poderão representar alternativas mais viáveis.
No caso das pessoas idosas e das pessoas com
deficiência, como o gasto calórico é, à partida, mais reduzido, as implicações
no excesso de peso ainda poderão ser maiores. É então fundamental que exista
uma correta abordagem à alimentação, principalmente por parte dos/as cuidadores/as,
que deverão ter atenção aos limites impostos para a ingestão de açúcar. A opção
por alimentos de mais fácil mastigação é muitas vezes uma necessidade e, nesse
sentido, apela-se à escolha de gelatinas, papas e batidos com redução de
açúcar.
De acordo com dados do INE, em Portugal, entre 2013 e 2014, a avaliação da
disponibilidade alimentar permitiu aferir uma ingestão média de açúcar per
capita na ordem dos 18,8% da ingestão total diária, o que representa praticamente
o dobro das recomendações da OMS. É, portanto, urgente o combate a uma outra
pandemia, esta bem mais silenciosa, mas potencialmente mais mortífera, a
obesidade.
Ivo Ferreira
Nutricionista
Comentários
Enviar um comentário