A vida de um/a portador/a de deficiência
“É Deficiente! Coitadinho/a!!!…” é
algo que podemos facilmente ouvir ou mesmo dizer.
Mas é errado, eu sou deficiente e não
me considero “coitadinha”. J
O que vos escrevo acontece
exclusivamente comigo. Espero que aconteça a muitos e muitas espalhados/as pelo
nosso País.
A deficiência que tenho traz-me
bastantes limitações a nível físico, restrições para frequências de atividades
físicas, assim como lazer (passeios, compras férias, etc…), realização de
tarefas domésticas, e tantas outras que só no dia-a-dia me apercebo que são
bastantes.
Mas também me traz vários benefícios.
Que benefícios são esses?
Uma pessoa portadora de deficiência não paga IUC (Imposto
único de circulação) e ainda tem a possibilidade de estacionar gratuitamente em
locais assinalados com o símbolo Para
obtenção do cartão de estacionamento, envia-se a documentação solicitada para o
Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P.. Para além do que já referi
anteriormente, pode adquirir-se uma viatura (nova), e beneficiar da isenção do
pagamento de Imposto sobre Veículos (ISV), embora com algumas condicionantes. Com
o cartão de estacionamento, também pode usufruir de atendimento prioritário. Na
compra de uma casa, pode ter bonificação na taxa de juro; e ainda vários
benefícios a nível de IRS (As taxas de retenção na fonte são mais baixas, por
exemplo).
Para além dos benefícios fiscais, existem
também apoios por parte da Segurança Social, nomeadamente em prestações para
pessoas com deficiência (PSI), desde que tenham o Atestado Multiusos com
incapacidade maior ou igual a 60%, apoios na aquisição de equipamento de apoio.
Há empresas de telecomunicações que
aplicam uma percentagem de desconto para pessoas com deficiência.
Vai entrar em vigor em julho a tarifa
social de internet, que poderá também abranger quem recebe o Complemento da
Prestação Social de Inclusão.
Para esclarecimento de dúvidas pode
consultar os sites da Segurança Social, Autoridade Tributária e, claro, o Dr.
Google.
É certo que trocaria todos os
benefícios que descrevi por uma vida sem grandes limitações, mas a mensagem que
pretendo transmitir é que é positivo viver num país que acautela estas questões
aos seus cidadãos e às suas cidadãs e que está na mão de cada um/a de nós viver
uma vida plena e feliz – dentro de quaisquer limitações que possamos
eventualmente experimentar.
Graça Martins,
Administrativa
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