Viver a pandemia com as crianças
Atendendo ao excesso de informação que
circula pelos diversos meios relativamente à pandemia é compreensível que toda
a gente sinta alguma saturação. No que respeita às crianças passa-se
precisamente o mesmo, com a particularidade que muitos desses conteúdos podem
ser de compreensão difícil causando um “turbilhão de emoções”: medo,
insegurança e incerteza. O questionamento sobre a melhor forma de explicar às
nossas crianças o que estamos a viver surge, pois, naturalmente. Em primeiro
lugar, convém que a informação a que acedemos venha de fontes credíveis e em
seguida que sigamos as recomendações de saúde e indicações das autoridades, não
esquecendo que nós, pessoas adultas, somos o espelho das nossas crianças. É
fundamental explicar o que é o vírus é, como se transmite, o porquê do
confinamento, os cuidados a ter, mostrando com o nosso comportamento alguma
tranquilidade acompanhada do cumprimento das orientações das entidades sobre a
matéria.
Deveremos escutar as questões das
crianças e validar os seus sentimentos (“estou a
ver que estás preocupado/a” ou “percebo bem como estás a sentir-te nesta
situação, tens medo do que possa acontecer / sentes falta da escola”); procurar
tranquilizar e transmitir segurança (“podes falar comigo sempre que quiseres”,
“em casa estamos em segurança”, “para te sentires melhor, vamos respirar
devagar, eu faço contigo” ou “vamos fazer uma atividade gira em conjunto”);
explicar que há profissionais a cuidar e ajudar as pessoas que estão doentes,
que quando algo assustador acontece há pessoas que ajudam.
No CASCI, os afetos falaram ainda mais
alto e essa partilha clara e honesta, com linguagem adaptada à idade de cada
criança foi estratégia privilegiada durante o confinamento e sobretudo no
regresso ao presencial, o que fez com que, rapidamente, nelas tivéssemos
poderosos aliados. Heróis e heroínas no que respeita às atitudes de prevenção com
vontade de participar ativamente nesta “luta” protegendo-se a si e aos/às
outros/as.
Perante um novo confinamento,
longe da escola, das amigas e dos amigos, bem como das atividades que nos fazem
felizes, o CASCI volta a relançar pontes com as crianças e suas famílias através
de várias frentes de intervenção: atividades síncronas (para toda a infância) e
assíncronas (Facebook institucional), potencialização da caderneta digital
enquanto ferramenta de comunicação com as famílias, encontros virtuais
permitindo às crianças falar com os/as amigos/as, tentando minimizar o
sentimento de isolamento.
Simultaneamente, foi
preocupação do CASCI, com esta abertura da janela virtual das figuras de
referência (educador/a, auxiliares de ação educativa) com as suas crianças e
respetivas famílias (através encontros e partilhas regulares) não esquecer o
respeito pelo tempo, espaço e especificidade do contexto familiar.
Em conjunto procuramos criar
momentos felizes, relembrar a importância das rotinas, fazendo parte delas com
a colaboração das famílias, fazer exercício físico, rever os/as amigos/as, levando
energia positiva, esperança, deixando os/as nossos/as pequeninos/as continuar a
ser crianças, preservando a “coisa mais séria” que tão fundamental é ao processo
do seu desenvolvimento…BRINCAR.
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Educadora de Infância
Diretora Pedagógica do Pré-Escolar do Centro de Infância de Ílhavo
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