Quais os limites da normalidade?

Estima-se que em 2020, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% da incapacidade provocada por qualquer doença (incluindo doenças oncológicas) seja provocada pela doença mental, o que significa que existe um sofrimento psíquico crescente na sociedade.

O conceito de “Saúde Mental” implica muito mais que a ausência de “Doenças Mentais”. Ter saúde mental é sentirmo-nos bem connosco e na relação com os outros, sermos capazes de lidar positivamente com as adversidades da vida, termos confiança e não temermos o futuro, reconhecer os nosso limites e procurar ajuda quando necessário.

Ao longo da nossa vida, todos nós podemos ser afetados por problemas de saúde mental, de maior ou menor gravidade (Ansiedade, Depressão, Stress, Dependências de drogas, Perturbações psicóticas, Atraso mental, Demências…). O tratamento deverá ser procurado, sendo a recuperação tanto mais eficaz quanto precoce for o tratamento. Mesmo nas doenças mais graves é possível controlar e reduzir os sintomas, através de medidas de reabilitação. É do conhecimento geral a falta de recursos humanos, materiais e económicos, para intervir nesta área, mas todos nós podemos ajudar, não estigmatizando, apoiando, reabilitando, integrando.

Os indivíduos afetados por problemas de saúde mental são cidadãos de pleno direito. Não deverão ser estigmatizados, marginalizados ou excluídos do resto da sociedade, mas antes apoiados no sentido da sua plena integração na família, na escola, nos locais de trabalho, de lazer e na comunidade em geral.

A esfera da Saúde Mental é um espaço bastante rico para atuação profissional, em que o assistente social trabalha com outros profissionais a partir de uma perspectiva interdisciplinar, implicando uma atuação conjunta das diferentes áreas do saber, a mistura desses saberes e o desafio de preservar a particularidade de cada profissão. A atuação do Serviço Social visa a promoção e a garantia dos direitos sociais das pessoas com perturbações mentais, bem como dos seus familiares, considerando o seu contexto de vida, de forma a garantir o tratamento humanizado e a reinserção social.   

A intervenção num diagnóstico de perturbação mental, deve ser feita por especialistas, preferencialmente em equipa, sendo nas situações mais graves, o diagnóstico clínico e a prescrição farmacológica atos médicos fundamentais. No entanto, deve ser complementada por profissionais das áreas psicossociais, no apoio ao desenvolvimento do projeto de vida de cada pessoa/família.

 


Carla Gamelas

Assistente Social

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